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IGREJA MATRIZ DE NOSSO SENHOR DOS PASSOS

Em 1832, por decreto da Regência, o Curato de Nosso Senhor dos Passos de Rio Preto do Presídio foi elevado à paróquia. Rio Preto era então promovido na hierarquia “religiosa-político-administrativa”, sendo criado o distrito. Em 1844, por Lei Provincial, Rio Preto elevou-se à vila - era criado o Município de Nossa Senhora dos Passos de Rio Preto.

Nessa época, havia somente a capela de Nossa Senhora do Rosário, cuja construção data do final do século XVIII, e quando começaram as campanhas a respeito da construção de uma igreja matriz, que fizesse jus à nova condição de paróquia.

Francisco Tereziano Fortes, filho do guarda-mor Francisco Dionísio Fortes, herdeiro de grandes haveres e possuidor de bela fortuna, legou, em testamento, certa importância e determinada quantidade de arrobas de café para a construção de um novo templo. Seus herdeiros, cumprindo suas últimas vontades, começaram a construir na praça central da vila a nova igreja Matriz. A inauguração ocorreu a 26 de setembro de 1860. Com esta obra, Dona Maria Tereza de Souza Fortes, baronesa de Monte Verde, mais tarde Viscondessa, viúva de Tereziano Fortes, despendeu a importância de 200 contos de réis.

Muito se discutiu em torno do local onde ela deveria ser construída, pois alguns defendiam que ela ficasse junto ao pelourinho da cidade, onde atualmente se encontra o paredão. O ideal era que ela ficasse de frente para a entrada mineira da cidade pelo caminho que levava a São João Del Rei, atual rua do Cavaco, sem dar às costas para a entrada pela sede da Coroa, que era o Rio de Janeiro. Muito se discutiu até que o local escolhido foi o centro da vila - onde ela se encontra atualmente -, e a igreja ficaria com sua fachada para a entrada mineira do município. No entanto, num belo arranjo arquitetônico, quem a olha pelas costas, pelo estado do Rio de Janeiro, tem a sensação de que ela está de frente, pois suas torres fronteiriças se encaixam perfeitamente com o desenho de seu fundo.

O construtor responsável por erguer a Igreja, João Alves Garcia, faleceu antes da conclusão da obra, sendo então contratado o arquiteto catalão, José Maria Vilaranga Y Panella, recém chegado da Europa, para dar continuidade às obras. Por este motivo, pode-se notar dois estilos de época distintos predominantes em sua arquitetura: toda a sua estrutura segue o estilo barroco enquanto que o acabamento interno e das janelas, seguem o neoclássico, com suas formas simples e o predomínio de cores claras.

Registram as crônicas da época que a Viscondessa do Monte Verde e seu irmão, o Comendador Carlos Teodoro de Souza Fortes, o Barão de Santa Clara, não mediram esforços para que a construção se tornasse, em seu interior, a mais bela e preparada da região. De fato, até hoje, a Matriz de Nosso Senhor dos Passos constitui um dos mais belos templos no estado de Minas Gerais.

A Viscondessa do Monte Verde, logo após a inauguração da Igreja Matriz, mandou dar cartas de alforria a todos os escravos que trabalharam em sua construção e os presenteou com pedaços de terras. Ordenou ainda que fossem soltos os animais que tivessem prestado serviços na construção.

Fontes de pesquisa:
Rio Preto – Resumo Histórico, de José Marinho de Araújo, do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Minas Gerais;
Entrevista com artista plástico Marcos Machado Monteiro.

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